No passado dia 21/05/2015, faleceu um dos fundadores do rugby do Técnico, José Luís Steiger Garção.
Em sua homenagem, e ficará para sempre na história deste clube, publicamos textos de dois contemporâneos, o Pedro Sousa Ribeiro, co-fundador e antigo presidente do nosso clube e da F.P.R., actual membro do Conselho Geral do clube, e o José Bento do Santos, um dos principais impulsionadores do desenvolvimento do rugby do Técnico, antigo treinador do Clube e da selecção nacional, também antigo presidente do clube e actual presidente da Assembleia Geral, que aqui evocam a sua memória.
José Luís Steiger Gração foi um dos fundadores do rugby no Técnico. Inciou a prática do rugby no CDUL e, em Maio / Junho de 1963, abraçou a ideia de se constituir na Associação dos Estudantes do IST uma equipa federada de rugby. O que viria a concretizar na época 1963/64.
Engenheiro Civil, desde cedo se integrou no movimento associativo universitário que na época tinha forte componente politica de contestação ao regime então vigente. Pelo seu envolvimento nessas atividades teve vários problemas com a policia política.
No âmbito profissional desenvolveu atividade em várias empresas da área de projetos de engenharia.
No rugby, foi um dos esteios das primeiras equipas do Técnico De elevada estatura, era um 2ª linha poderoso que intimidava os adversários, forte nos alinhamentos e no contato, mas sempre com total lealdade.
Abandonou cedo a modalidade e afastou-se, deixando no entanto, nas antigas gerações, uma forte marca da sua personalidade.
Pedro Sousa Ribeiro
Aquele seu sorriso é inesquecível. É uma lembrança permanente para todos aqueles, que como eu, entrevam no ano de 1963 para o rugby do Técnico. Àquela figura imponente, de patriarca, barbas solenes e sorriso enternecido que nos cativava de imediato, associava-se um sentido de humor notável, uma personalidade vincada e um Homem bom.
Convivi com ele como aprendiz do jogo, onde o seu papel de pedagogo e educador me tocou profundamente, Como jogador, na exemplaridade do companheirismo e no conluio da aprendizagem mútua, tendo ambos passado horas, em conjunto a treinar – eu como lançador, ele como saltador – a introdução da bola na touche.
Na famosíssima viagem a Bordéus, a sua presença tutelar e amiga revela-se ainda mais, e a história do “roubo” da estátua no restaurante a norte de Bordéus, é antologia e inesquecível para todos aqueles que nela participaram.
Mais que um dos fundadores do nosso querido rugby do Técnico, o Zé Luís Steiger representou o espírito mais puro e mais desejado do que foi e deveria sempre continuar a ser, o espírito do rugby do nosso clube. Sempre longe de polémicas, sempre indiferente a maledicências ou desvios, de jogos de bastidores, o nosso querido Steiger deverá permanecer como o exemplo maior da contribuição para a fundação de um clube de rugby com ideias e causas próprias onde a união e a amizade, o prazer do jogo e do convívio são, foram, e serão, os elementos aglutinadores e pilares básicos de todo o nosso desenvolvimento.
A notícia da sua morte entristeceu-nos a todos.
Mas, sobretudo, deixa-nos mais pobres.
Aquele sorriso único, não o veremos mais.
José Bento dos Santos